A Grayscale acaba de publicar uma análise positiva sobre Solana, destacando-a como a principal plataforma no ecossistema cripto. Com recordes de volume, ampla adoção e uma arquitetura única, o SOL está a redefinir os padrões dos contratos inteligentes. Uma leitura imperdível para quem acompanha o mercado de criptomoedas.
A equipa de investigação da Grayscale apresentou uma avaliação particularmente otimista dos fundamentos da Solana num relatório de 17 minutos que já está a causar furor na comunidade cripto. A firma não tem papas na língua : a Solana representa agora “a bolsa financeira das criptomoedas”, um título que diz muito sobre o posicionamento estratégico que a Grayscale atribui à rede.
O relatório baseia-se em três métricas fundamentais para sustentar esta tese : o número de utilizadores ativos, o volume de transações e as taxas geradas. Nestes três indicadores, a Solana ocupa o primeiro lugar entre as blockchains, uma performance que traduz uma procura real e sustentada. A Grayscale sublinha que esta “profundidade e diversidade da atividade on-chain” constitui a base mais sólida para avaliar o potencial de crescimento do token SOL. Para além da narrativa de marketing, são os números brutos que falam.
Com uma capitalização implícita de 119 mil milhões de dólares, o SOL classifica-se no quinto lugar dos ativos cripto excluindo as stablecoins, e no terceiro lugar em termos de liquidez segundo o volume médio das trocas diárias. A Grayscale apresenta o SOL como uma “mercadoria digital” cujo desempenho futuro dependerá diretamente do crescimento do ecossistema em vez da simples especulação. Uma mudança de paradigma notável na análise das criptos.
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Os números revelados pela Grayscale são eloquentes. As exchanges descentralizadas (DEX) da Solana processaram mais de 1200 mil milhões de dólares de volume desde o início do ano, o total mais elevado entre todos os ecossistemas blockchain. Jupiter, o principal agregador da rede, é descrito como o mais importante da indústria em termos de volume. Esta dominação no segmento DeFi não é casual: testemunha uma preferência marcada dos traders pela velocidade e pelas taxas reduzidas que a Solana propõe.
Do lado das aplicações para o grande público, a Pump.fun ilustra perfeitamente a capacidade da Solana para captar a atenção retail. Esta plataforma de lançamento de memecoins e rede social reivindica cerca de dois milhões de utilizadores ativos mensais e gera quase 1,2 milhões de dólares de receitas diárias. Estes números colocam a Solana no centro da cultura cripto mainstream, muito para além do simples segmento técnico.
No domínio DePIN (Decentralized Physical Infrastructure Networks), a migração da Helium para a Solana constitui um caso de estudo. A rede exibe 1,5 milhões de utilizadores diários e 112 000 hotspots, com parcerias importantes assinadas junto da AT&T e Telefónica. Esta pegada no mundo real reforça a tese de que a Solana não se limita às aplicações puramente financeiras, mas estende-se a infraestruturas tangíveis.
A arquitetura da Solana permanece no centro da sua vantagem competitiva. Os blocos chegam a cada 400 milissegundos, com uma finalidade probabilística atingida em 12 a 13 segundos. Esta velocidade permite manter taxas de transação extremamente baixas : os utilizadores pagaram em média apenas 0,02 dólares desde o início do ano. Mais impressionante ainda, o design do mercado de taxas local contém os efeitos de congestionamento, mantendo as taxas diárias médias em 0,001 dólares.
Estas performances não sacrificam a geração de receitas para a rede. A Grayscale revela que o ecossistema Solana gera cerca de 425 milhões de dólares de taxas mensais, ou seja, mais de 5 mil milhões anualizados. Esta métrica representa, segundo a firma, “a medida mais direta da procura total por uma blockchain e as suas aplicações”. Um rácio particularmente favorável que demonstra que uma rede pode simultaneamente oferecer taxas baixas aos utilizadores enquanto captura um valor significativo.
A experiência do utilizador beneficia igualmente de escolhas arquiteturais específicas. O design “monolítico” da Solana evita as bridges entre diferentes domínios de execução, um ponto de fricção importante nas arquiteturas modulares. A infraestrutura de carteira, suportada pela Phantom, facilita o onboarding dos novos utilizadores, um fator crítico para a adoção mainstream.
A economia do token SOL apresenta características que é preciso compreender para avaliar corretamente o ativo. A emissão aumenta a oferta em 4 a 4,5% anualmente, uma diluição que a Grayscale qualifica de “vento contrário”. Contudo, as recompensas de staking nominais de cerca de 7% compensam esta inflação, oferecendo um rendimento real ajustado de 2,5 a 3%. Cerca de dois terços dos tokens SOL em circulação estão atualmente em staking, uma taxa que testemunha a confiança dos detentores.
Do lado dos programadores, a Solana exibe uma dinâmica impressionante. O relatório regista mais de 1000 programadores full-time a trabalhar no ecossistema, e constata que o seu número cresceu mais rapidamente do que em qualquer outra plataforma de smart contracts no decorrer dos dois últimos anos. A Solana Virtual Machine (SVM) cria igualmente um efeito de lock-in : contrariamente à EVM do Ethereum facilmente portável, as aplicações SVM não podem ser transferidas facilmente para outras chains.
Esta especificidade constitui potencialmente uma vantagem tecnológica, reforçando a procura estrutural pelo SOL. Mais de 500 aplicações únicas cobrem agora casos de uso diversificados: trading de NFT (terceira rede), liquidação em stablecoins (quinta), e ativos tokenizados (sétima). Esta diversificação reduz a dependência de um só setor e estabiliza o ecossistema face aos ciclos de hype.
A Grayscale não evita os riscos. O relatório sublinha que certas chains rivais podem ser “ainda mais rápidas ou menos caras”, muitas vezes ao preço de uma centralização acrescida. A arquitetura performante da Solana implica necessidades de hardware e largura de banda elevadas, o que faz com que muitos nós funcionem em data centers. Este ponto poderia tornar-se um vetor de centralização e de interferência por terceiros, uma questão que a Grayscale qualifica de “complexa e não resolvida”.
No plano monetário, o SOL é explicitamente apresentado como menos adequado que um Bitcoin ou um ETH enquanto reserva de valor a longo prazo, devido à inflação nominal mais elevada e às questões de resiliência ligadas à arquitetura. Estas considerações matizam o quadro e recordam que cada cripto responde a casos de uso específicos e sobretudo à adoção.
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Charles Ledoux é um especialista em Bitcoin e nas novas tecnologias blockchain. Formado pela Crypto Academy, é também minerador de Bitcoin há mais de um ano.
Escreveu inúmeras masterclasses para educar os recém-chegados à indústria e mais de 2000 artigos. Agora, deseja transmitir a sua paixão pelo mundo cripto através dos seus artigos para a InvestX.
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